💸 Como ganhar milhões antes que a avó morra: entre a herança e o afeto

Quando o interesse vira reencontro

E se o desejo por uma herança despertasse algo que estava adormecido — como o amor, a memória e os vínculos esquecidos da infância?

M é um adolescente distante da família, preso ao celular e à superficialidade dos dias. A relação com a avó materna, Amah, é praticamente inexistente — até que sua mãe insiste para que ele a visite de vez em quando, já que ela está com câncer terminal. Ele obedece, mas sem se envolver.

Tudo muda quando o avô da prima morre e deixa a maior parte da herança para ela, que cuidava dele. Diante disso, M toma uma decisão inesperada: vai morar com a avó. Não por empatia — mas por puro interesse. Acredita que, ao se aproximar dela, pode conquistar sua confiança e talvez herdar algo, mesmo que todos pensem que Amah só tenha a casa onde vive, tradicionalmente deixada para um dos filhos homens.

No começo, sua presença tem um ar de falsidade, e até sua mãe desconfia. Mas, com o tempo, a convivência entre avó e neto desperta algo antigo: uma conexão afetiva construída nos primeiros anos de vida — dias em que Amah cuidava de M com um amor silencioso. Aos poucos, aquele menino que parecia ter se perdido nas distrações modernas começa a lembrar quem foi — e quem prometeu ser.

IMDb – Página do filme “How to Make Millions Before Grandma Dies”


Memórias que despertam: o passado nunca vai embora

O que começa como um jogo de interesse se transforma em reencontro com a própria essência.
Amah, com sua presença firme e discreta, toca algo que ainda existia dentro de M: a criança que um dia ela acolheu, protegeu e amou. Mesmo abafado pelos vícios da modernidade, esse afeto adormecido ainda estava ali, à espera de ser lembrado.

Entre tarefas simples do dia a dia — tomar chá, limpar a casa, ou apenas sentar ao lado da avó — M vai abrindo espaço para algo novo (ou antigo): a empatia. Aos poucos, ele deixa de procurar pistas sobre uma possível herança e começa a observar Amah com olhos atentos, sinceros.


Um túmulo bonito: o desejo de ser lembrada com amor

Amah nunca fala abertamente sobre seus desejos. Carrega a vida com a mesma reserva com que cuidou da família: sem alarde, mas com profundidade. Só muito tarde na história descobrimos o que realmente deseja.

Em uma das cenas mais tocantes do filme, já debilitada e careca, Amah visita o irmão rico — aquele que herdou tudo dos pais. Pede a ele uma quantia alta: um milhão de baht. Não é para luxo. Nem para deixar bens.
Quando M, surpreso, pergunta o motivo, ela responde com simplicidade e dor:
quer um túmulo bonito.

Segundo Amah, um túmulo bonito traria boa sorte para a família — e mais do que isso, faria com que sentissem vontade de visitá-la depois da morte. É o desejo de ser lembrada com carinho. De continuar presente, mesmo ausente.

Na cultura asiática, a visita aos antepassados é um ritual poderoso. O filme mostra como o amor pode se manifestar no cuidado com a memória, na permanência simbólica de quem partiu. Mais do que herança, Amah quer deixar afeto.


O que permanece: promessas, vínculos e amor

Quando M descobre que ela vinha poupando dinheiro para ele desde a infância — e que já havia guardado milhões —, tudo muda. Ele se lembra de conversas antigas com a avó, quando ela dizia que estava juntando para garantir um futuro melhor a ele.

E com isso, uma promessa esquecida volta à tona:
ele prometeu, ainda menino, construir uma casa nova para Amah.

Essa lembrança se torna a chave de tudo. Ela conecta o passado ao presente e revela o que realmente importa. A conexão afetiva, antes ignorada, se revela o verdadeiro tesouro.

Mesmo depois da morte de Amah, M decide cumprir a promessa de infância e dar a ela um túmulo digno — talvez a “casa nova” que ele prometera. O gesto, carregado de afeto, simboliza a transformação do neto: o que começou como ambição virou cuidado. O que era interesse se transformou em amor.
O passado, que parecia perdido, se tornou presente vivo — e precioso.


A semente silenciosa do amor

O filme não entrega lições morais forçadas. Em vez disso, convida à reflexão:
as conexões mais profundas não se perdem com o tempo — apenas adormecem.

A relação entre neto e avó é como uma semente plantada na infância e esquecida, mas que floresce quando encontra solo fértil.

Em uma geração acostumada à pressa, às telas e aos vínculos frágeis, Como ganhar milhões antes que a vovó morra mostra que ainda é possível reencontrar o afeto e cuidar de quem nos cuidou.
O amor, mesmo quando não dito, deixa marcas.
E são essas marcas que nos tornam mais humanos.

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